O governo do Quénia iniciou a demolição de casas em áreas propensas a inundações, oferecendo apenas 75 dólares em ajuda para realocação, após chuvas mortais.
O governo do Quénia deu início a uma polêmica operação de demolição de casas em zonas propensas a inundações, como medida de precaução após a ocorrência de chuvas mortais. Na capital, Nairobi, as cenas foram de angústia, com uma escavadora destruindo casas enquanto moradores observavam impotentes.
A ação foi acompanhada por forças de segurança armadas, resultando em confrontos com moradores e disparos de gás lacrimogêneo.
As autoridades quenianas alegam que milhares de moradores foram notificados sobre a necessidade de evacuação devido às fortes chuvas que já causaram a morte de 238 pessoas.
No entanto, muitos residentes desabrigados afirmam não ter para onde ir e criticam a falta de apoio efetivo do governo. Jekenke Jegeke, um dos afetados, expressou sua preocupação: "Agora o que vamos fazer? Amamos nosso presidente e é por isso que o apoiamos. Ele deveria vir em nosso auxílio."
O presidente William Ruto, durante uma visita ao assentamento informal de Mathare, prometeu uma ajuda de 75 dólares para os desalojados se reinstalarem. No entanto, a ação não escapou de tragédias, com três pessoas, incluindo duas crianças, morrendo durante as demolições. Grupos da sociedade civil denunciaram a falta de um plano de reassentamento adequado.
O líder da oposição, Raila Odinga, alertou sobre a necessidade de um plano de reassentamento antes de novas demolições. O número de pessoas afetadas pelas inundações já atinge 235.000, a maioria vivendo em campos improvisados.
O ministro do Interior, Kithure Kindiki, reiterou a ordem de evacuação para 200 famílias em Kijabe após um desastre causado por inundações. Enquanto isso, o governo alerta sobre os níveis críticos de água em barragens, levando à evacuação de áreas próximas ao rio Tana.
Em meio às demolições e evacuações no Quénia devido às inundações, a situação continua tensa e desafiadora para milhares de famílias. A resposta do governo, incluindo a oferta de 75 dólares em ajuda para realocação, é criticada por muitos como inadequada diante das necessidades urgentes.
O futuro das áreas afetadas permanece incerto, com a questão do reassentamento e da gestão das consequências das chuvas mortais ainda em destaque.