Na região oeste do Maranhão, o avanço assustador das voçorocas deixou centenas de moradores em estado de alerta e desespero. O fenômeno natural, que se expandiu de forma alarmante pela falta de infraestrutura adequada, já engoliu 53 casas nos últimos dez anos, três delas só neste ano.
A cidade de Buriticupu, localizada em um planalto cercado por vales, enfrenta situação crítica, com 26 crateras gigantes se aproximando perigosamente da área urbana. Sem obras eficazes de contenção, algumas destas crateras atingem impressionantes 600 metros de comprimento e 80 metros de profundidade. O cenário é desolador, com casas à beira do abismo e moradores sendo obrigados a abandonar suas casas diante do perigo iminente.
Carlos Rodrigues Mendes, um dos afetados pela tragédia, compartilhou a dor ao ver sua casa desabar: “Sinto falta, do jeito que trabalhei muito para comprar, depois perdi, né”.
A falta de saneamento básico agrava a situação, com o esgoto contribuindo para o agravamento das voçorocas. O professor e doutor em ciências do solo, Marcelino Farias, destacou a urgência das medidas de contenção, destacando que, embora dispendiosas, são essenciais para evitar danos ainda maiores. “A recuperação é uma questão muito cara. Mas a contenção tem que ocorrer para que novas áreas não sejam prejudicadas”.
Apesar dos esforços das autoridades locais, que receberam mais de R$ 4 milhões do governo federal para auxílio emergencial e construção de 89 casas populares, ainda existem desafios significativos.
A Prefeitura de Buriticupu aguarda recursos federais adicionais para realizar obras emergenciais de drenagem das crateras. Esta ação faz parte de um esforço para prevenir ou reduzir o risco de desastres causados por voçorocas na região. As voçorocas avançam no oeste do Maranhão e têm assustado moradores.
Esta situação exige urgência e rapidez para estabilizar áreas críticas e evitar desastres. Esperamos que os recursos estejam disponíveis em breve para resolver esta importante questão.
A angústia dos moradores é palpável, como expressa Miqueias Oliveira, vendedor da região: “Cada pessoa que sai fica mais perto da gente e chega. Então, em algum momento pode ser a minha vez. medo e frustração."
O microempreendedor Carlos Josélio Martins também partilhou o seu receio, qualificando a situação de “aterrorizante” e destacando a constante incerteza em que vivem.
O desafio de conter a propagação de ravinas e proteger as comunidades afectadas exige medidas urgentes e recursos substanciais. Enquanto as autoridades procuram soluções, a população local enfrenta uma batalha diária contra um inimigo natural implacável que não conhece fronteiras nem misericórdia.